terça-feira, 22 de agosto de 2017

Açúcar do leite materno protege bebês contra infecções, dizem cientistas

Pesquisadores mostram que carboidratos também contribuem para ação protetora do leite materno. Achado pode levar a novas terapias antibacterianas.

Há muito tempo, a ciência já sabe sobre o papel benéfico do leite materno na imunidade do bebê. Na amamentação, por exemplo, sabe-se que há transferência de anticorpos e de importantes proteínas de ação antibacteriana.

Mas agora, cientistas da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, perceberam que também os açúcares presentes no leite humano aumentam a proteção passada de mãe para filho.

Segundo pesquisadores, trata-se do primeiro mapeamento sobre a atividade antibacteriana de carboidratos presentes no leite humano. O estudo é particularmente importante porque esses açúcares, ao contrário da maioria dos antibióticos, não são tóxicos.

Os resultados da pesquisa foram apresentados no último dia 20 de agosto, em reunião anual da ‘American Chemical Society’. O estudo foi coordenado por Steven Townsend, professor-assistente da Universidade de Vanderbilt.

Cientistas estavam procurando diferentes métodos para combater bactérias causadoras de doenças. Toda a ciência, na verdade, está em busca de novas estratégias porque há um problema crescente de saúde pública com o fenômeno da resistência bacteriana a medicamentos. Pesquisadores, então, decidiram se concentrar sobre os açúcares – que até agora, por serem muito mais difíceis de estudar, foram alvos de poucos estudos.

Como foi o estudo

Primeiro, cientistas coletaram carboidratos de leite humano, também chamados de oligossacarídeos, de várias amostras de doadoras diferentes. Depois, com uma técnica de espectrometria de massa -- que ajuda a identificar moléculas por meio da análise de sua estrutura química – foram identificadas milhares de biomoléculas.

Em seguida, eles adicionaram essas moléculas em cultura de bactérias e observaram o resultado com um microscópio. Eles descobriram que os açúcares de uma amostra quase mataram uma colônia de estreptococo – bactéria comum que costuma ser a causa de diversas infecções em recém-nascidos. Nas demais amostras, houve pelo menos alguma efetividade.

Agora, com demais estudos, a ideia é identificar o que faz com que alguns açúcares sejam mais efetivos que outros e, com isso, desenvolver medicamentos a partir desse benefício do leite materno humano.

Fonte: Portal G1

terça-feira, 6 de junho de 2017

Teste do Pezinho: Qual a importância do exame para a saúde do recém-nascido?

Nesta terça-feira, 06 de junho, é celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, um dos exames laboratoriais de triagem neonatal mais importantes para o recém-nascido. E para sabermos mais sobre esse assunto, o Blog Conexão Saúde entrevistou a pediatra do Hospital Samel, Dra. Elizabeth Larissa Ikino, para esclarecer algumas dúvidas que pairam sob as cabeças de muitos papais e mamães. Confira!


O Teste do Pezinho chegou ao Brasil em 1976 através da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e se tornou obrigatório em todo o território nacional a partir de 1992. Geralmente, é realizado após as primeiras 48 horas e até o 5º-7º dia de vida do recém-nascido.

Mas, por que o exame só deve ser coletado depois de 48 horas de vida do bebê?

Segundo a Dra. Elizabeth Larissa, “esse período de dois dias antes do exame é essencial, porque algumas doenças não são detectadas nas primeiras horas de vida".

Como o teste é feito?

“Gotinhas de sangue são retiradas do calcanhar do recém-nascido e colocadas em um papel especial. E através desse exame é possível detectar doenças potencialmente graves que precisam de tratamento o mais rápido possível para evitar sequelas e até a morte”, explica a pediatra. O Ministério da Saúde mantém o Programa Nacional de Triagem Neonatal que tem o objetivo de submeter todos os recém-nascidos do Brasil ao teste gratuitamente.

Quais doenças podem ser detectadas através dele?

A versão básica do teste (varia de estado para estado) oferecida na rede pública de saúde pode detectar até seis doenças, que são a fenilcetonúria, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia andrenal congênita, deficiência de biotinidade e o hipotireoidismo congênito.

Na rede privada, a maioria das maternidades oferece o teste ampliado, que diagnostica mais quatro doenças: deficiência de G6PD, toxoplasmose congênita, galactosemia e leucinose. Além desses, ainda existe teste mais "abrangente" capaz de detectar muito mais patologias”, ressalta a Dra. Elizabeth.

O Teste do Pezinho machuca o bebê?

De acordo com a Dra. Elizabeth Larissa Ikino, o exame é rápido e feito justamente no calcanhar por ser uma parte do corpo bastante vascularizada e de fácil recolhimento do material, o que reduz a dor.
“É importante ressaltar que seu filho estará sendo submetido a um exame de extrema importância que pode prevenir o desenvolvimento de doenças graves podendo garantir a vida do bebê".

terça-feira, 23 de maio de 2017

Hérnia Umbilical em bebês

           
As hérnias umbilicais em bebês são um problema que preocupa muito as mães, deixando-as apavoradas e com muitas dúvidas de como tratar a condição. Neste post, a pediatra do Hospital Samel, Dra. Elizabeth Larissa Ikino, esclarece muitas dessas dúvidas relacionadas ao tema. Confira!

O que é uma hérnia umbilical?

A hérnia umbilical é uma pequena saliência que aparece, na região umbilical dos bebês. Aparece quando um pedacinho da parede do intestino (ou até mesmo uma gordurinha) pressionam a abertura, causando um aumento do volume. De acordo com a Dra. Elizabeth Larissa Ikino, “a hérnia umbilical não causa dor e não é prejudicial à criança”.

Quais as manifestações clínicas da hérnia umbilical?

De acordo com a pediatra do Hospital Samel, “caso o bebê tenha uma hérnia umbilical, é possível notar um inchaço na área em volta do umbigo quando ele chora, ou quando faz força para evacuar, por exemplo. Isso ocorre normalmente por causa da pressão interna do abdômen”.

Qual a causa?

Durante a gestação, o bebê necessita do cordão umbilical para receber os nutrientes. Por conta disso, existe uma pequena abertura nos músculos abdominais que permitem que o cordão umbilical passe por ali. Após o nascimento, os músculos vão crescendo e fecham essa abertura. Em alguns casos, o músculo pode ser um pouco mais fraco e demora para fechar, ou não fecha completamente, causando a hérnia.

É preciso se preocupar?

A hérnia umbilical não deve ser um motivo de preocupação para os pais do bebê. “Ela não gera nenhum desconforto à criança, nenhuma dor ou qualquer sintoma na maioria dos casos”. Ainda de acordo com a Dra. Elizabeth Larissa, “a hérnia umbilical tende a sumir naturalmente por volta de dois ou três anos, sem a necessidade de utilizar algum método, como o uso de ataduras ou faixas, no umbigo da criança”.

Cirurgia de hérnia umbilical

Em casos raros, um pedaço dos intestinos do bebê pode ficar preso na região abdominal, o que impede o fluxo de sangue, exigindo uma intervenção cirúrgica imediata.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Meningite infantil: tipos, sintomas, prevenção e tratamento



Caracterizada por uma inflamação das meninges - membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal - a meningite é uma doença contagiosa que atinge adultos e crianças. 

Em entrevista ao Blog Conexão Saúde Samel, o médico assistente do Pronto Socorro Infantil (PSI) do Hospital Samel, Dr. Eun Chul Park, explica os principais tipos de meningite, além dos sintomas, a prevenção e o tratamento.

Tipos de meningite 

De acordo com o Dr. Park, existem diversos tipos de meningite, consideradas leves até as mais graves. Entre essas, dois tipos são considerados principais: a meningite viral e a meningite bacteriana.

  •  Meningite viral

 Segundo o médico assistente do PSI, as meningites virais costumam ser benignas, não acarretando grandes complicações à saúde neurológica da criança e não necessitando de tratamento específico, com exceção dos quadros provocados pelo vírus do herpes, no qual existe medicamento característico.

  •  Meningite bacteriana

 Menos frequente que a viral, a meningite bacteriana é a forma mais grave da doença. Segundo o Dr. Park, “a meningite bacteriana ocasionada por microorganismos pneumococo, meningococo e hemófilos são as mais sérias, exigindo tratamento urgente e rigoroso com base em antibióticos.

Sintomas da doença

A meningite apresenta uma variedade de sintomas, “que não são tão simples de serem identificados, uma vez que podem se confundir com os sintomas de outras doenças comuns”, ressalta o médico assistente do PSI. 

Febre alta e repentina, forte dor de cabeça, náuseas e vômitos, dor e dificuldade de movimentar o pescoço, sensibilidade à luz e aos ruídos, sonolência e cansaço e irritabilidade são alguns sintomas que os pais devem observar.

Além disso, quando a meningite é do tipo meningocócica, também podem surgir manchas vermelhas de tamanhos variados na pele da criança.

Prevenção e tratamento

A meningite geralmente é contraída através de secreções respiratórias do paciente infectado. Durante a época de chuvas, onde os ambientes tendem a ficar fechados, a incidência de contaminação é maior. “Simples medidas, como manter as mãos limpas e não compartilhar talheres e alimentos podem evitar o contágio”.

Quando não são tratados, os episódios bacterianos representam um alto risco de morte aos infectados. A demora no diagnóstico é um fator que pode ocasionar sequelas, como alterações neurológicas. 
“A meningite do tipo meningocócico é ardilosa. Muitas vezes, a crianças chega ao atendimento médico apenas com febre, em sinais de infecções graves e, em poucas horas, esse quadro muda drasticamente”, alerta o Dr. Park.

Quando a meningite é viral, o tratamento se resume ao controle dos sintomas, hidratação e repousou. Já a meningite bacteriana exige tratamento imediato com antibióticos potentes, por isso, existe a necessidade de internação. Quanto mais cedo o início do tratamento, maiores são chances de a criança ser curada.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Cuidados com os recém-nascidos no verão


Durante o verão, estação do ano onde as temperaturas são elevadas e é comum a ocorrência de chuvas, os cuidados com os recém-nascidos devem ser redobrados. Por terem a pele e os olhos mais sensíveis, os bebês sofrem mais nessa época do ano. 

O uso de roupas leves, passeios em lugares sem muita exposição solar e a hidratação do corpo são algumas dicas que o Pediatra e Neonatologista Alexandre Miralha, do Hospital Samel, deu ao Blog Conexão Saúde para a saúde do seu bebê. Confira!
 
Água e alimentação

Os bebês que se alimentam exclusivamente através do aleitamento materno devem ser amamentados mais vezes durante o verão, pois, essa é a única fonte de alimentação e hidratação deles. 

“O leite materno é o mais completo alimento para o recém-nascido até os seis primeiros meses de vida, pois, contém as proteínas, açúcar, gordura, água e vitaminas que o bebê precisa para ser saudável e para manter o bebê hidratado durante o verão, é preciso que a mãe dê de mamar mais vezes durante o dia”, ressalta o Dr. Alexandre. 

Para os bebês que já se encontram na época de introdução dos alimentos complementares, o leite materno continua sendo uma fonte nutricional importante, porém, nesta fase (acima de 6 meses), é fundamental a ingestão de água de boa procedência (filtrada e/ou fervida).

Exposição ao sol

De acordo com o pediatra Alexandre Miralha, “os bebês têm a pele mais sensível e se queimam mais rápido e isso pode causar desidratação e até queimaduras na pele”. Estudos mostram que a exposição solar excessiva na infância aumenta de forma significativa o risco de câncer de pele na idade adulta. Revelam ainda que 80% de toda a radiação solar que recebemos durante toda a vida ocorre nos primeiros 18 anos de vida. 

Roupas e protetor solar

Dr. Alexandre Miralha
Coordenador da UTI Neonatal e Pediátrica - Hospital Samel
 
 

No verão, é importante que os pais não agasalhem tanto o recém-nascido. “Nesse período do ano, os bebês devem usar roupas leves e frescas, podendo até mesmo ficar somente com as fraldas”, sugere. Durante os passeios externos, as crianças devem usar viseira, chapéu e protetor solar. “Existem no mercado produtos específicos voltados para os recém-nascidos e o protetor solar deve ser aplicado com frequência”. 

Segundo o pediatra Alexandre Miralha, não é recomendada a exposição solar sem proteção em qualquer horário como fonte de síntese de vitamina D. Até o momento, não foi comprovado que a aplicação regular e diária de filtro solar da forma como é feita pela população leve à deficiência de vitamina D. Portanto, é importante evitar a exposição solar excessiva especialmente entre 10 e 15 horas ou entre 11 e 16 horas (horário de verão). Mesmo em dias nublados, é importante o uso do filtro solar com FPS 30 ou mais.

Ar-condicionado

O uso do ar-condicionado pode ressecar as vias respiratórias do recém-nascido, acarretando infecções na garganta, gripes e resfriados. O ideal é que na hora de dormir, os pais utilizem um umidificador de ar para evitar determinadas doenças e que mantenham temperaturas amenas (em torno de 23 a 24 graus).

Sobre o Pediatra

Dr. Alexandre Miralha é Pediatra e Neonatologista. Coordenador da UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital Samel. Professor Assistente de pediatria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Membro do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (2016/2018).